Este espaço começou por ser criado por mera curiosidade,mas posteriormente foi aproveitado no âmbito do meu mestrado,mais precisamente na disciplina de Tecnologias de Aprendizagem Colaborativa.
"Ser Especial" é um espaço dedicado às crianças com Necessidades Educativas Especiais, aos seus pais e professores.
Um poema que dedico a todas as pessoas com algum tipo de incapacidade e como todos temos as nossas incapacidades, pode muito bem ser um poema para todos nós!
Este poema não foi escrito por mim, trata-se de um poema que encontrei numa pesquisa na Web e que despertou a minha atenção!
Para ler e reflectir:
"Deficiente"
é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco"
é quem não procura ser feliz.
"Cego"
é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
"Surdo"
é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
"Mudo"
é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico"
é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.
As tecnologias, apesar de idolatradas por uns e odiadas por outros são, sem sombra de dúvida um recurso indispensável na nossa sociedade. Em educação, são as tecnologias que muitas vezes permitem a inclusão de crianças, jovens e adultos com incapacidades motoras, visuais, cognitivas e auditivas e são estes quem mais pode beneficiar com as tecnologias. Pessoalmente, acho impossível por em prática a inclusão sem a preciosa ajuda das tecnologias.
No que se refere às crianças com problemas ao nível da comunicação, existem vários sistemas de comunicação aumentativa como o PIC, o BLISS, o SPC, o Boardmaker e um conjunto de teclados de conceitos que podem facilitar a comunicação.
Para os indivíduos com problemas motores existe um conjunto de dispositivos de acesso ao computador que possibilitam o acesso a todos ao mundo da informação e comunicação.
Embora muitos não conheçam existe um enorme número de tecnologias de apoio que podem facilitar a vidas das pessoas com incapacidades, como por exemplo: mobiliário adaptado, talheres , copos , pratos, apoios, barras, assentos, elevadores de transferência...
Apesar de já ter deixado este endereço no meu post anterior, quando falei de mobilidade, aqui fica mais uma vez, já que também contém tecnologias de apoio.
Todos os materiais aqui divulgados são comercializados pela ANDITEC, uma empresa que faz a avaliação do caso e aconselha os materiais adequados para o indivíduo. Para além da avaliação e recomendação das tecnologias adequadas, a empresa dispõe também de uma sala de formação onde desenvolve formações para os técnicos que trabalham com esses indívíduos, os familiares e os próprios utentes das tecnologias.
As crianças com problemas motores apresentam dificuldades na execução de alguns movimentos ou ausência dos mesmos. Estas características podem variar em grau de acordo com a gravidade de limitação, pelo que cada caso é um caso e carece de avaliação cuidadosa e intervenção adequada.
Muitas destas crianças, têm geralmente associados outros problemas: emocionais, de comunicação (sobretudo linguagem oral) e /ou cognitivos.
RESPOSTAS EDUCATIVAS
satisfazer as necessidades básicas, como o afecto , a nutrição e a segurança;
promover o desenvolvimento social, emocional e físico;
considerar a idade, os interesses, as actividades de rotina e outros serviços;
desenvolver a cooperação entre os diversos técnicos que intervêm com a criança,
apoiar a família e colaborar com a mesma no processo educativo e desenvolvimental da criança.
O maior desafio que se coloca à escola consiste em porporcionar a estas crianças com problemas motores o acesso à educação, a participação na vida da comunidade e autonomia ao nível da mobilidade.
A mobilidade é ainda hoje uma barreira à inclusão de muitas destas crianças e jovens. Apesar da informação e das recomendações continuamos a assistir à construção de edifícios e espaços públicos cheios de barreiras arquitectónicas.
As crianças e jovens com problemas motores , apresentam limitações de funcionamento no sistema ósseo-articular, muscular e /ou nervoso o que em graus varíaveis limita alguma das actividades que podem realizar os restantes sujeitos da mesma idade e idêntico contexto socio-cultural.
" ...a perca de capacidades,resultante de uma lesão congénita ou adquirida nas estruturas efectoras, reguladoras ou executoras do acto motor nos sistemas nervoso ou osteo-muscular afectando diectamente a postura e/ou o movimento "
(Rodrigues, 1998)
Com base na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (OMS, 2001)podemos referir que os problemas motores decorrem de limitações ao nível das funções do corpo :
das articulações e estrutura óssea ( mobilidade das articulações e estabilidade das funções);
da força do tónus e da resistência muscular;
do movimento ( reflexos motores, reacções motoras involuntárias,controlo do movimento voluntário, movimentos involuntários, padrão de marcha e sensações relacionadas com os músculos e o seu movimento.
Limitações ao nível da actividade e da participação:
mudar as posições básicas do corpo;
manter a posição do corpo;
proceder a auto-transferências;
levantar e transportar objectos;
mover objectos com os membros inferiores;
realizar acções coordenadas de motricidade fina;
utilizar em acções coordenadas a mão e o braço,
andar;
deslocar-se excluíndo a marcha.
Para ultrapassar estas dificuldades e dar a estas crianças e jovens as mesmas oportunidades que aos seus pares é necessário fazer uma avaliação da situação do indivíduo, avaliação essa, que deve ser feita por profissionais especializados e devem ser adoptadas tecnologias de apoio que permitam uma maior participação do invidivíduo na vida da comunidade e uma melhor qualidade vida.
Tecnologias de apoio:
de tratamento de treino- permitem a reabilitação e autonomia
Apesar de já se conhecer muito sobre o Autismo, a verdade é que continua a ser um mundo onde também, ainda há muito por desvendar. Os pais e professores das crianças autistas sentem todos os dias a dureza da missão que é incluir estas crianças na sociedade e dar-lhes a educação a que elas têm direito.
"É hoje geralmente aceite que as perturbações incluídas no espectro do autismo, Perturbações Globais do Desenvolvimento nos sistemas de classificação correntes internacionais, são perturbações neuropsiquiátricas que apresentam uma grande variedade de expressões clínicas e resultam de disfunções do desenvolvimento do sistema nervoso central multifactoriais"
(Descrição do Autismo, Autism-Europe, 2000)
AUTISMO:
Em 1943, Leo Kanner pedopsiquiatra austríaco radicado nos Estados Unidos da América publicou um artigo a que dava o nome de Autismo (do grego autos que significa próprio).
Em 1944, Hans Asperger pediatra austríaco, publicava um artigo, em alemão "Die Autistischen Psychopathen im Kindesalter" no qual descrevia um grupo de crianças com características muito semelhantes às de Kanner, chamando igualmente "Autismo" ao síndroma. É interessante saber que nenhum deles conhecia a obra do outro.
"Havia uma vez uma escola para animais e as matérias da escola eram: correr, escalar, voar e nadar. Todos os animais estudavam todas as matérias. O pato era muito bom na natação, melhor inclusive do que o seu professor, e era razoável a voar, mas um desastre em corrida. Por isso, foi obrigado a deixar de lado as aulas de natação para ter aulas particulares de corrida depois da escola, o que fez com que ficasse “regular” em natação. Como “regular” é uma nota razoável ninguém se preocupou com isso a não ser o próprio pato. O coelho era o primeiro da classe em corrida, mas teve um esgotamento nervoso, tendo que sair da escola por excesso de aulas de recuperação em natação. O esquilo, por sua vez, era o líder em escaladas, mas nas aulas de voo tinha que começar do chão para cima em vez de voar do topo da árvore para baixo. Começou a ter dores musculares por excesso de esforço na descolagem e a ter notas regulares em escalada e insuficientes em corrida. Os práticos cães de caça contrataram um professor particular quando as autoridades escolares se recusaram a incluir a escavação no currículo da escola. No fim do ano, uma enguia anormal, que nadava razoavelmente bem, escalava e voava um pouco, foi a oradora da turma!"
In Brain/Mind, publicado no Boletim da Associação Brasileira de Dislexia
Quantas vezes não se exige o impossível a alguns dos nossos alunos?
E quantas vezes nem sequer damos valor às suas capacidades?
Ser invisual na nossa sociedade é acima de tudo encontrar um mundo cheio de obstáculos fisícos e psicológicos.
(Ana)
É preciso que a nossa sociedade se adapte de forma a eliminar muitas das barreiras que hoje os nossos invisuais têm de enfrentar no seu dia-a-dia. De entre as pessoas portadoras de deficiência visual temos os indivíduos com baixa visão e os cegos.
No caso das crianças e jovens, estes padecem de baixa visão devido, principalmente, a patologias oculares e acidentes traumáticos. Trata-se de uma situação não corrigível com lentes convencionais.
AJUDAS MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE APOIO:
MANUAIS ESCOLARES:
Braille
falados
com caracteres ampliados
com figuras em relevo
AJUDAS TÉCNICAS:
ótpicas
não ópticas
electrónicas
bengalas
software e hardware específico
A inclusão de alunos cegos
Como lidar com cegos?
A primeira ideia a reter é que os cegos são pessoas vulgares. É incorrecto pensar que o cego é um super dotado ou pelo contrário um atrasado mental. Assim sendo trate-o como trataria qualquer cidadão comum. Fale-lhe directamente e não por interposta pessoa; empregue um tom de voz natural e não pense que ele tem algum grau de surdez. Não substitua as palavras "veja", "olhe" por expressões como "oiça, "apalpe", "verifique". Não se coiba de usar as palavras cego e cegueira. Dê-se a conhecer quando se dirige a uma pessoa cega. Se não souber o seu nome ou por qualquer circunstância não se recordar no momento, toque no seu braço, levemente, para que assim saiba que a conversa é com ele. Depois de ter conversado com um cego, deve informá-lo de que se vai retirar, pois é desagradável para um cego continuar a falar para uma pessoa que já não se encontra perto dele.
Expressões a evitar:
Expressões de piedade, pois os cegos tal como as outras pessoas ressentem-se disso. Considerações sentimentais acerca da cegueira ou referências a ela como um tormento; não só irrita os que já se adaptaram à sua deficiência como deprime e aflige aqueles que estão a caminho dela. Expressões de espanto quando algum cego executar uma das muitas tarefas usuais do dia-a-dia.
Como conduzir um cego?
Quando conduzir uma pessoa cega não a empurre para a frente. Convém perguntar ao cego se quer ser ajudado e como. A maioria prefere agarrar o braço do guia, na zona do cotovelo. Nesse caso dê o seu braço dobrado (o direito) e coloque-se à frente da pessoa cega. Ao chegar junto a degraus, faça uma pausa e informe o cego se eles se encaminham em sentido ascendente ou descendente; nunca se deve dizer quantos degraus vai subir ou descer porque um erro de cálculo pode originar acidentes graves. Tenha muito cuidado para não se enganar quando ensina o caminho a um cego, de modo a evitar acidentes e até graves percalços. Deve utilizar as seguintes noções espaciais: esquerda e direita, em frente, para trás, meia volta e um quarto de volta. Os termos "aqui","ali", "acolá" nada dizem a uma pessoa cega. Quando vir um cego parado junto à borda de um passeio pergunte: "precisa de ajuda?" Se o ajudar a atravessar a rua, tente seguir a direito para não o desorientar. Não se deve gritar de longe para um cego com a intenção de o alertar para qualquer obstáculo.Tal hipótese só é admissível caso o obstáculo não seja detectável com a bengala.
Colaboração nas refeições:
Devemos incentivar o aluno cego a servir-se autonomamente na cantina escolar: retirar o tabuleiro, os talheres, a fruta, o prato com a comida e a sopa. À refeição deve-se deixar o cego cortar os alimentos, dispondo-os no prato, de maneira a que a carne e o peixe fiquem na parte central em baixo e o acompanhamento na parte de cima. Quando lhe servirmos líquidos (chá, café ou água), não convém encher os copos, porque é difícil para o cego equilibrá-los. O ideal é deixar o aluno servir-se autonomamente, colocando o jarro de água ao alcance da mão. O aluno deve passar à frente nas filas, pois demora mais a comer e a deslocar-se para as aulas e/ou sua casa. Na deslocação, basta indicar-lhe o caminho a seguir dentro da sala e/ou cantina. Por fim devemos ter o cuidado de desimpedir os caminhos entre as mesas e não deixar mochilas, cadeiras ou outros objectos nesses trajectos.
Secretariado Nacional de Reabilitação, textos de apoio, CESE em Educação Especial (1993/95)
"A criança hiperactiva distrai-se facilmente e não é capaz de manter a atenção, mesmo durante breves períodos de tempo. Por outro lado, tão-pouco aceita perder ou falhar, e quando uma tarefa exige um pouco de esforço, abandona-a com o mesmo entusiasmo com que a começou.»
(Polaino-Lorente e Ávila, 2004: 39)
RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO
-Aplicação do reforço positivo e de elogios em situações de comportamentos adequados e “ignorar” os comportamentos desadequados; -Uso estratégico do “feed-back correctivo” ou “censura” aplicando uma ordem directa, breve e firme. -Optar por afirmar assertivamente o que deve fazer e não o que estava, ou como, o estava a fazer (Ex. “João volta imediatamente para o trabalho!” e não “João não estás a prestar atenção!”); -Desenvolver e aplicar “recompensas” e “multas” que devem ter em conta o esforço despendido para a resolução de tarefas ou actividades e não o resultado “per si”; -Criar e dinamizar um ambiente e situações agradáveis e atraentes aliadas, sempre que possível; à descoberta lúdica; -Promover situações de ensino/aprendizagem interactivo recorrendo, por exemplo, às novas tecnologias; -Estabelecer relações afectivas/emocionais privilegiadas marcadas pelo contacto ocular com o aluno e as manifestações de “toque” e carinho; -Transmitir as instruções, para a realização de tarefas ou actividades, utilizando uma linguagem clara, concisa, directa e com ênfase; -Optar por um discurso em que se altere ligeiramente o volume e a cadência; -Verificar Através da “leitura de sinais” se o aluno entendeu as instruções transmitidas.
INTERVENÇÃO EDUCATIVA-ESTRATÉGIAS
ORGANIZAR UM AMBIENTE FACILITADOR DA APRENDIZAGEM
-Privilegiar a proximidade física do aluno em relação ao professor; -Facilitar a proximidade do aluno com um colega com o qual estabeleceu uma relação afectiva privilegiada e que represente, de alguma forma, um “modelo de produtividade e cooperação”; -Evitar que o aluno permaneça, no espaço da sala de aula, junto de “fontes de distracção”, como por exemplo: junto à janela; no fim da sala, junto de locais de passagem frequente; junto de espaços de arrumação; estratégias e metodologias de ensino/aprendizagem); -Definir tarefas segundo uma sequência temporal e/ou espacial -Propor a realização de tarefas e/ou actividades de curta duração e bem definidas (delinear etapas);
-Negociar e fixar limites de tempo para a realização de tarefa (+20-30 m), alternando situações de “trabalho” com situações de pausa ou “descanso”. -Supervisionar, valorizar e reforçar positivamente a execução das tarefas ou actividades sugeridas; -Organizar registos nos quais se assinalem os progressos.
AUMENTAR O NÍVEL DE ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
-Propor actividades que estimulem e desenvolvam a percepção/discriminação visual (Ex: recurso ao apoio visual); -Incentivar à realização de tarefas e actividades baseadas em estímulos de ordem gráfico/preceptiva; -Promover situações nas quais se exercitem o raciocínio lógico/matemático; -Favorecer situações nas quais se exercitem a ordenação; a classificação e a seriação. -Privilegiar as situações e as propostas de ensino/aprendizagem que impliquem desempenhos motores; -Sugerir à criança o relato da tarefa que se encontra a realizar no sentido de aumentar o seu período de atenção.
BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA:
Falardeau, G. (1999). As crianças hiperactivas. Edições CETOP. Fernandéz, V. (1980). El Niño Hiperkinético. México: Ed. Trillas Lopes, J. (2003). A Hiperactividade. Colecção Nova Era, Educação e sociedade. Coimbra: Quarteto editora Garcia, I. (1999). Hiperactividade . Lisboa: Mc Graw Hill Jonas, M. (2004). Hiperactividade- como ajudar seu filho. S. Paulo: Plexus Editora Joyce, M. (1979). A modificação do comportamento; teoria e prática da psicoterapia e psicopedagogia comportamentais.Lisboa: Livros Horizonte Phelan, T.(2005). TDA/TDAH – Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperactividade. S. Paulo: M. Books do Brasil Editora L.tda Polaino-Lorente, A; Àvila, C. (2004). Como viver com uma criança hiperactiva. Lisboa: Edições Asa Rief, S.; Heimburgue, J. (2000). Como Ensinar Todos os Alunos na Sala de Aula Inclusiva- Colecção Ensino Especial nº 11.Porto: Porto Editora Salgueiro, E. (2004). Crianças irrequietas. Lisboa: ISPA
Dislexia é..."Uma desordem, que se manifesta pela dificuldade de aprender a ler, apesar da instrução ser a convencional, a inteligência normal, e das oportunidades socioculturais.Depende de distúrbios cognitivos fundamentais que são, frequentemente de origem constitucional..."
(Federação Mundial de Neurologia, 1968).
Nem os pais, nem os professores são responsáveis por esta dificuldade específica de aprendizagem. Porém não devem ignorá-la.
Um disléxico, pode ter um percurso académico perfeitamente normal, basta saber detectar o problema logo no inicio da entrada para a escola e encontrar o acompanhamento adequado.
DETECTE A DISLEXIA:
confusão com letras de simetria oposta, tais como b e d ou p e q;
indistinção de palavras com sons parecidos como por exemplo:cão/tão/quão;
erros ortográficos por deturpação de letras que correspondem ao mesmo fonema;
confusão nas palavras com significados parecidos ou opostos;
incapacidade de separar as palavras;
leitura lenta sem modulação nem ritmo;
falta de compreensão na leitura;
dificuldade na escrita de letras;
falhas na construção gramatical e na exposição e redacção de temas;
dificuldade na compreensão das estruturas numéricas e realização de operações matemáticas.